A partir de um sistema multitarefas no celular inteligente iPhone, a Apple anunciou que o novo sistema operacional do aparelho vai reduzir o consumo da bateria e melhorar a sua performance, segundo anúncio feito nesta quinta-feira (8), na sede da empresa, em Cupertino, na Califórnia.
O lançamento ocorre nesta quinta-feira (8) apenas para testes de desenvolvedores de interface de programação de aplicativos, segundo a Apple. Já o lançamento para usuários vai ocorrer em meados de julho, segundo a companhia.
Tarefas múltiplas
Usuários poderão, agora, executar funções múltiplas com o iPhone OS 4 --como comprar na loja virtual iTunes enquanto ouvem a rádio on-line Pandora (um desejo de usuários, de acordo com a companhia).
Também é possÃvel executar aplicativos simultaneamente --como games e execução de outro programa. A navegação por toque permite encontrar, nas janelas, o aplicativo que o usuário deseja usar.
Outra função permitida com o iPhone OS 4, segundo a Apple, envolve o uso de aplicativos GPS enquanto se ouve música simultaneamente.
"Como fizemos isso? Observamos os milhares de aplicativos na App Store, abaixamos a necessidade que os aplicativos exigiam da plataforma, de uma maneira que economiza a bateria", disse Scott Forstall, vice-presidente sênior de software para o iPhone.
"Estamos oferecendo esses serviços como interface de programação de aplicativos para os desenvolvedores, para que eles possam adicionar as multitarefas enquanto o sistema preserva a vida da bateria e desempenho."
Aparelhos
Os aparelhos beneficiados serão o iPhone 3GS, e iPods da 3ª geração de 32 Gbytes e 64 Gbytes, lançados em 2009.
Já o iPhone 3G e o iPod Touch de 2ª geração terão o sistema operacional da Apple rodando em "muitas formas" --nas palavras da própria companhia. Na prática, isso significa que algumas caracterÃsticas não irão rodar, como a função de multitarefas.
Mas o grande beneficiado já era esperado: o iPad, que também rodará a partir do iPhone OS 4. O lançamento para o novo produto da Apple, contudo, ocorre apenas em meados de setembro.
A Apple também afirma que loja virtual iBookstore, voltada ao iPad, estará disponÃvel para o iPhone OS 4.
A empresa também está construindo um novo serviço para o sistema operacional do smartphone, cujo nome é Notificações Locais. Segundo a companhia, é possÃvel marcar horário do programa de TV favorito, por exemplo, sem a necessidade de um servidor externo e apenas com um uso de aplicativo voltado a guia de televisão.
Alfinetada
A Apple não perdeu a oportunidade para alfinetar crÃticos. Segundo a companhia, mais de 50 mil games estão disponÃveis na loja virtual da companhia --o que supera o número de jogos para consoles portáteis para Sony e Nintendo.
"A Nintendo diz que o iPhone não é uma plataforma legÃtima para jogos, mas o catálogo da Apple demonstra um número dez vezes maior de tÃtulos para o iPhone do que a Nintendo", disse um executivo da companhia durante a apresentação.
Questionado pela imprensa se havia alguma mudança da Apple em relação ao Flash ou à linguagem Java (a companhia é refratária a essas tecnologias), Jobs respondeu, sucinto e taxativo: "Não".
A companhia informa que o iPhone ganha 30 mil usuários novos por dia.
Os consumidores americanos já faziam fila na tarde desta sexta-feira, em Nova York, para comprar o iPad nas lojas da Apple, onde o "tablet" estará a venda neste sábado.
Às 17h (horário de BrasÃlia), cerca de 15 pessoas acampavam na esplanada diante do cubo de cristal que cobre a entrada da loja da Apple na Quinta Avenida, ao lado do Central Park.
"Estamos aqui desde as 5h da manhã", disse orgulhosamente Giovanna Mullen, de 11 anos, que veio de New Jersey com a mãe, Jeanney Mullen, e a avó, Tony Digiorno.
A avó chegou há uma semana de Pittsburgh (Pensilvania) e ficou encarregada da comida para a expedição.
"Vamos comprar três iPad: um para mim, outro para minha filha. E como não posso adquirir mais de dois, milha mãe vai comprar outro para meu chefe", explicou Jeanney Mullen.
Funcionários da Apple instalaram um cordão em torno da fila, enquanto jornalistas tentam penetrar no perÃmetro para entrevistar o pessoal.
"Já fiz minha reserva (pela Internet) e vou entrar na loja assim que abrir", disse Richard Goodyear, um alemão de 36 anos que veio de Tel Aviv e seguirá para a Alemanha.
"Quero garantir que vou ter o meu imediatamente, tenho um blog e meus leitores gostam deste tipo de história".
A versão mais barata do iPad deve estar a venda por cerca de US$ 500.
O iPad, tablet da Apple que será lançado neste sábado (3), se saiu muito bem em termos de facilidade de uso e duração de bateria nas primeiras crÃticas ao produto, mas não deve superar o mercado de laptops --pelo menos não agora--, de acordo com o "New York Times" e o "Wall Street Journal".
Os dois jornais estão entre grupos felizardos que receberam pessoalmente Steve Jobs, executivo-chefe da Apple, e puderam conhecer diretamente o produto. A maioria das editoras não pôde conhecê-lo ainda.
Os crÃticos dos dois jornais afirmaram que, embora o computador tablet funcione bem para navegar na Internet ou usar mÃdias como livros e vÃdeos, pode ser menos atraente para as pessoas que necessitam de um laptop para tarefas mais pesadas.
Walt Mossberg, do "WSJ", disse preferir o iPad como leitor eletrônico ao popular Kindle, da Amazon.com.
Mas David Pogue, do "NYT", disse que o peso de 680 gramas do aparelho é muito alto se comparado ao de 280 gramas do Kindle. Também se queixou de que "não há como ler bem sob luz solar direta" e que "não se pode ler os livros da loja Apple em qualquer outra máquina, nem mesmo em um Mac ou iPhone".
Bateria longa
Os dois crÃticos se declararam impressionados com a duração da bateria do aparelho, que foi até superior à s 10 horas declaradas pela Apple.
Pogue afirmou ter usado o iPad por 12 horas antes que este precisasse de uma recarga, enquanto Mossberg informou que seu aparelho havia suportado 11 horas e 28 minutos de uso contÃnuo.
No entanto, os crÃticos afirmaram que o aparelho só poderia substituir os laptops para um determinado tipo de comprador.
"Se o usuário é basicamente um internauta que faz anotações, usa redes sociais e e-mail, além de ser consumidor de fotos, livros, vÃdeos e periódicos, esse pode ser o modelo certo", afirmou Mossberg.
Mas acrescentou: "quem precisa criar ou editar grandes planilhas ou documentos longos, emprega sistemas complicados de organização de e-mail, ou precisa realizar chats em vÃdeo, não terá o iPad como aparelho principal."
Sem USB
Pogue, que escreveu crÃticas separadas para os adeptos da tecnologia e "todo mundo mais," também enfatizou as deficiências do aparelho com relação aos laptops.
"Em resumo, é possÃvel adquirir um laptop por muito menos dinheiro e contar com teclado pleno, drive de DVD, portas USB, porta para cartões de câmera, câmera e tudo mais."
Mossberg afirmou que o iPad era "muito veloz," mas sofria de "limitações irritantes."
Por exemplo, "o programa de e-mail não tem capacidade de criar pastas locais ou regras de separação de mensagens e não permite o envio de mensagens para grupos. O navegador não tem abas e a versão Wi-Fi não tem GPS," disse.
Fazer com que seu monitor se torne uma tela sensÃvel ao toque vai ser muito simples em breve: a empresa portuguesa Displax desenvolveu uma pelÃcula fina que é capaz de transformar telas de diversas tecnologias --incluindo e-Ink, OLED e LCD-- em touchscreen.
"É extremamente poderoso, preciso e versátil", diz Miguel Fonseca, diretor de negócios da Displax. "Você pode usar nosso filme com qualquer tela."
De acordo com o site da revista Wired, a tecnologia sensÃvel ao toque se tornou uma forma como interagimos com nossos dispositivos e aparelhos. A tendência é que aparatos como o mouse, teclado e demais botões fÃsicos sejam eliminados.
Os filmes da Displax variam entre 3 e 120 polegadas. Em uma superfÃcie de 50 polegadas, a pelÃcula detecta até 16 dedos. A capacidade de resposta táctil também é grande, afirma Fonseca. As vendas do filme devem começar em julho.
"Se a Displax pode fazer isso em telas maiores, realmente será uma das primeiras companhias a fazer o que chamamos de multitoque maciço", diz Daniel Wigdor, arquiteto de experiência do usuário na Microsoft, cujo enfoque de trabalho se concentra em computação gestual e multitoque.
"Se você observar a tecnologia existente em telas grandes, vai ver que eles usam uma câmera infravermelha que sente apenas dois a quatro pontos de contato. A Displax nos leva ao próximo passo", declarou.
As últimas tecnologias da Displax trabalham com superfÃcies opacas e transparentes. A pelÃcula tem uma transparência de 98% (trata-se de uma medida da quantidade de luz refletida pela superfÃcie). "É uma taxa de transmissão bastante decente", disse Wigdor.
Uma grade de nanofios é incorporada na pelÃcula fina do filme de polÃmero, cuja espessura é de 100 microns, ou 100 milésimos de milÃmetro. Um dedo ou dois posicionados na tela causam um distúrbio elétrico.
O microcontrole analisa isto, e decodifica o local tocado na grade de nanofios. A pelÃcula é acompanhada de driver e painel de controle para configuração.
O Brasil vai para a Cebit 2010, maior evento de tecnologia do mundo, com 41 empresas, entre expositores e prospectores (companhias que vão conhecer a feira e buscar parcerias, mas não exibem produtos).
No ano passado, a Cebit recebeu 14 expositores brasileiros.
A feira começa nesta terça-feira (2) e vai até sábado (6) em Hannover, no norte da Alemanha.
Ao todo, o evento vai receber 4.150 empresas de todo o mundo. A Cebit acontece das 9h à s 18h no horário local (13h à s 17h em BrasÃlia). Confira a cobertura completa do evento aqui.