Quando a Asus apresentou a primeira versão do netbook Eee PC, em junho de 2007, ele tinha tela de sete polegadas, 512 Mbytes de memória e disco rígido de até 4 Gbytes.
Na Cebit 2009, menos de dois anos depois, a empresa mostrou modelos com o dobro da memória e disco quarenta vezes maior --e disse que aquele tamanho de tela "está condenado à morte", segundo executivos.
Esse é um exemplo da evolução desses computadores ultraportáteis, que executam tarefas básicas e oferecem tamanho, peso e custos reduzidos.
Segundo previsão do instituto Gartner, as vendas desses computadores devem chegar a 21 milhões de unidades neste ano, uma alta de quase 80% em relação a 2008.
Com isso, a comercialização de computadores móveis deve aumentar 9% --sem os netbooks, esse índice seria de 2,7% neste ano.
Em contrapartida, por serem mais baratas, essas máquinas estão achatando os lucros de empresas do setor.
O movimento agora é para melhorar o desempenho dos netbooks, para alcançar também um público mais exigente e que aceite pagar um pouco mais.
O preço médio de um netbook com tela de 8,9 polegadas, Windows XP e 10 Gbytes de disco rígido fica em torno dos US$ 450 (R$ 1.070) nos Estados Unidos. Nas configurações mais básicas, o valor cai para US$ 300 (R$ 690).
Lançamentos
Na Cebit, a Acer mostrou um novo modelo do Aspire One, chamado AOD150, que agora vem com tela de dez polegadas, memória de até 2 Gbytes e disco rígido de 160 Gbytes.
Já a MSI, conhecida pela produção do ultraportátil Wind, levou o U110 Eco, que tem na economia de energia o seu principal atrativo: segundo a empresa, a bateria tem autonomia de nove horas.
A Asus, pioneira na área, apresentou o Eee 1008HA, que tem 1 Gbyte de memória e 160 Gbytes de disco rígido e processador Atom N280 de 1,66 GHz, novo modelo da Intel que promete melhorar a exibição de vídeos em alta definição, com baixo consumo de energia.
O computador também vai permitir acesso à internet por meio do sistema WiMAX. Com tela de dez polegadas, o aparelho pesa 1,1 kg.
Grandes e pequenos
Fora da área de netbooks, a Asus mostrou o laptop Lamborghini VX5, com design inspirado no carro clássico, e tela de 16 polegadas. O que impressiona nesse computador é a capacidade do disco rígido, de 1 Tbyte (cerca de mil Gbytes), que a empresa diz ser o de maior capacidade no mundo entre os SSDs (drives de estado sólido), mais resistentes.
Enquanto isso, os chamados MIDs (dispositivos portáteis para internet) demoram a decolar. A novidade na Cebit foi o lançamento na Europa do Clarion MiND, aparelho com tela de 4,8 polegadas sensível ao toque que permite conexão à internet por Wi-Fi. Também é possível assistir à TV digital e usar navegador GPS. A versão básica, com 4 Gbytes de memória flash, deve custar 799 euros (R$ 2.400).
A Amazon ganhou potenciais concorrentes para o seu Kindle, aparelho dedicado à leitura de livros eletrônicos. Os e-books, como são chamados, tentam emplacar no mercado desde a década de 90, sem grande sucesso. Com a popularização da internet e a adoção de sistemas de conexão sem fio, como Wi-Fi e 3G, ganharam uma nova chance.
A Amazon não divulga dados sobre vendas, mas a nova geração do Kindle, lançada no mês passado nos EUA, deve chegar à marca de 500 mil unidades neste ano, de acordo com o banco JP Morgan. O Kindle 2 tem como destaque a conexão por sistema 3G.
Na semana passada, a Amazon anunciou que o acesso à sua livraria, para compra de livros digitais, agora pode ser feito também por meio do iPhone e do iPod Touch.
Para isso, é preciso baixar um aplicativo gratuito na App Store, loja virtual de aplicativos da Apple.
Caso o usuário tenha um Kindle, é possível transferir arquivos para os aparelhos fabricados pela empresa de Steve Jobs.
Como o Kindle está disponível apenas nos EUA, fabricantes europeus apostam em seu próprio mercado.
A holandesa Endless Ideas mostrou na Cebit a nova geração de seu leitor digital BeBook, que agora vai ter conexão à internet por 3G e Wi-Fi e tela sensível ao toque.
Será possível comprar livros on-line e baixar textos da internet, como os postados em bogs, por meio de sistema RSS.
O aparelho tem 512 Mbytes de mmória flash --a capacidade pode ser estendida para 4 Gbytes, por meio de cartão SD.
Um dos destaques do txtr, apresentado pela alemã Wizpac na Cebit, é a capacidade de armazenamento. O aparelho, que deve chegar ao mercado neste ano, tem 1 Gbyte de memória interna e vem com cartão microSD de 8 Gbytes. Permite conexão por 3G e Wi-Fi e vem com Bluetooth, para ser usado em acessórios de áudio e teclado externo.
Já a chinesa Onyx, que já fabrica esse tipo de produto para a venda por marcas de clientes, deve lançar até o meio do ano um e-book com seu próprio nome. O foco da companhia são os países emergentes, incluindo o Brasil.
"Conhecemos o potencial dos brasileiros para a internet, o consumo de conteúdo, então o país definitivamente está nos nossos planos", afirma Dan Yuting, relações-públicas da companhia. O aparelho pode ter uma tela relativamente maior que a dos concorrentes, com até 9,7 polegadas.
As operadoras vêm se preparando desde o ano passado para seduzir o cliente alheio insatisfeito, ao mesmo tempo em que afirmam que as ofertas em vigor não miram especificamente a portabilidade numérica.
Para ganharem assinantes, as empresas diminuíram o preço do minuto, mantiveram ligações gratuitas intrarrede e ampliaram o valor da recarga no pré-pago.
O cliente deve ficar atento: a maioria das promoções tem validade limitada; depois os preços voltam ao normal. E quem optar por aparelho subsidiado deve prestar atenção ao prazo de fidelização que manterá o telefone amarrado à operadora.
Claro
A empresa, que criou o site www.portabilidade.com.br para esclarecer dúvidas sobre o assunto, lançou a promoção Claro Teste, sem fidelização --o cliente adquire chip pré-pago por R$ 15 e ganha bônus no mesmo valor, sendo R$ 1 para qualquer tipo de chamada e R$ 14 de Claro para Claro em ligações locais.
As ofertas da empresa têm abrangência nacional e valem para qualquer cliente, independendo se ele portará ou não seu número.
Oi
A Oi mantém seu discurso a favor do desbloqueio de aparelhos: a empresa não tem planos de carência e quem quiser sair da operadora não paga multa, diz a diretora de marketing, Flávia Bittencourt.
Em contrapartida, a empresa não oferece equipamentos com subsídios, como as concorrentes.
As solicitações de portabilidade podem ser feitas pelo telefone 10331 ou nas lojas.
A empresa preparou ofertas para os clientes pessoa física do Estado de São Paulo, com prazo de adesão que vai até 12 de abril.
No Oi Cartão Total, pré-pago, os clientes de SP que comprarem e ativarem um chip durante o período recebem um bônus diário de R$ 20 durante 12 meses.
No primeiro mês, a pessoa recebe o bônus diário mesmo que não efetue recarga. A partir do segundo mês, o cliente começa a receber o bônus um dia após completar uma recarga de, no mínimo, R$ 10. Quem já é cliente da Oi pode participar da oferta pagando uma taxa de R$ 9,90.
Os clientes pós-pagos de SP que adquirirem um plano Oi Conta ou um plano Oi Família ganham bônus mensal de mil minutos para Oi ou fixo e mais cem mensagens de texto para qualquer operadora por mês, durante 15 meses.
TIM
Os clientes que migrarem para a TIM receberão um desconto de R$ 150 na compra de equipamentos, como aparelhos móveis, fixos e minimodem.
A empresa também oferece aparelhos sofisticados como o iPhone 3G e Nokia 95 8GB a custo zero, mas atrelados a um plano de R$ 699,90 ao mês.
Com a promoção 10x Mais 2009, durante três meses, assinantes de planos pós-pagos e Conta Fixa podem ter seus minutos multiplicados por dez, chegando a até 2.500 minutos ou R$ 350 extras por mês, respectivamente. Mas atenção: o bônus é restrito às ligações locais para fixo e a outros telefones da operadora.
Vivo
A Vivo oferece para assinantes pós-pagos aparelho grátis, promoção 10x Mais (que dá dez vezes mais minutos do que o plano oferece), além de mil minutos por mês para falar com qualquer Vivo em ligações locais, durante três meses. Para clientes pré, a empresa oferece as promoções 10x Mais e Recarga Premiada.
Os consumidores receberam bem a portabilidade. Julgam que ela aumentará a concorrência, o que resultará em melhora nos criticados serviços, preços e atendimento das operadoras.
A designer Maria Armiliato de Andrade, que possui um celular com DDD 41 (PR), migrou de um pré-pago de uma operadora para um pós-pago de outra.
Estava insatisfeita. O sinal era muito ruim. Na minha casa, por vezes, o celular não funcionava, as tarifas eram altas e o atendimento era péssimo.
Andrade aponta o bom atendimento, tarifas justas e promoções interessantes como atrativos para a mudança.
A operadora para a qual migrei oferece tarifas mais acessíveis, bônus para serem retirados em forma de aparelhos novos, um serviço de atendimento mais cordial, além da possibilidade de agrupar minha linha em um plano pós-pago junto com meu namorado.
Ganhei bons 350 minutos grátis ao mês para falar com qualquer número da mesma operadora ou fixo, além de mensagens de texto e foto-mensagens, diz.
Mesmo após a mudança, a designer não descarta a possibilidade de trocar de operadora novamente.
Até o momento estou satisfeita, mas, se a prestadora deixar de ser vantajosa para mim, mudo sem problemas. Se tudo der errado, não tenho motivos para ficar acomodada, afinal de contas, agora somos livres, diz.
Outra adepta da portabilidade numérica é a engenheira de telecomunicações Renata Pereira Oliveira, que vê na possibilidade de troca de operadora com manutenção do número um estímulo à maior competitividade no setor de telefonia.
Oliveira transferiu seu pós-pago (DDD 31, MG) para outra prestadora no mês passado porque a empresa antiga já não estava correspondendo com as expectativas, as contas eram altas e não havia nenhuma promoção atrativa.
Para a engenheira, as operadoras terão de oferecer mais promoções e melhor atendimento se quiserem manter seus clientes.
Atendimento ruim na solução de algum problema, pequeno alcance na cobertura do sinal e promoções mais atrativas em outras operadoras me fariam migrar novamente. Se houver insatisfação com a operadora, mudarei outra vez, diz.
Um computador ultraportátil, de preço relativamente baixo, voltado a tarefas básicas e acesso à internet. Essa é a idéia central de uma categoria de subnotebooks que, desde o ano passado, mexe com a indústria: a de netbooks ou mininotes.
Eles têm como principais características dimensões reduzidas (como a de um livro), tela que vai de sete a dez polegadas e menos de 2 kg (às vezes não chega a 1 kg) de peso.
Seus preços variam de cerca de US$ 300 a mais de US$ 800 nos EUA, a depender de fatores como marca e configuração.
No Brasil, estão à venda por preços a partir de R$ 800, aproximadamente. Alguns modelos só são encontrados por meio de importadores independentes.
Há portáteis tão pequenos quanto eles e muito mais poderosos. Mas são bem mais caros. Um Sony Vaio TZ, com tela de 11,1 polegadas, custa mais de US$ 1.500, e alguns modelos ultrapassam os US$ 2.000.
Baixo preço e portabilidade --esses são os principais atrativos dos mininotes. Qualquer um que esteja em busca de mobilidade e não faça questão de alto poder de processamento pode se satisfazer com eles. Ao comprar, tente testá-lo pessoalmente e preste atenção nas seguintes características.
Tamanho
As dimensões do aparelho envolvem principalmente dois elementos: tela e teclado. As telas em geral têm aproximadamente sete, nove ou dez polegadas. As vantagens das de sete são o preço e um gasto menor de energia --as baterias duram mais. Mas a baixa resolução (800x480) atrapalha.
Telas de nove e dez polegadas (1.024x600) são mais confortáveis visualmente, mas gastam mais bateria. A alta resolução do HP 2133 (1.280x768 em nove polegadas) pode incomodar usuários, já que letras e ícones ficam bem pequenos.
Os teclados têm tamanhos variados. Os menores exigem mais tempo para se acostumar.
Processador e memória
O Intel Atom N270 (1,6 GHz) é o melhor processador da categoria. O Intel Celeron M (900 MHz) costuma ter desempenho semelhante ou melhor do que o C7-M de 1,6 GHz (há opções de 1,2 GHz e 1 GHz), da VIA --que planeja lançar uma nova linha de chips, a Nano. Prefira modelos com, no mínimo, 1 Gbyte de RAM.
Armazenamento
Unidades com menos de 8 Gbytes podem limitar bem o uso, principalmente se você deseja usar o Windows ou instalar muitos programas.
Se você puder investir em um SSD, melhor. Eles gastam menos energia, são mais silenciosos e mais resistentes a quedas e trancos. Discos rígidos tradicionais (HDs) são mais baratos e oferecem mais capacidade.
Sistema
Modelos da mesma marca geralmente têm diferentes configurações de hardware para Windows e Linux. O primeiro geralmente incorre em maior preço. O XP costuma mostrar bom desempenho nessas máquinas; já o Vista é pesado demais. O Linux tem opções bem limitadas, mas você pode instalar outra distribuição, como a versão Netbook Remix do Ubuntu, especialmente feita para a categoria.
Extras
Atente para itens como Bluetooth, Wi-Fi padrão 802.11n, touchpad sensível a múltiplos toques, padrões aceitos pelo leitor de cartões e webcam com resolução mais alta, que podem ser bons diferenciais.